Fórum Social Mundial inicia com chuva, suor e democracia 28/01/2009
Belém do Pará - A caminhada de abertura do oitavo Fórum Social Mundial não poderia ser mais típica da proposta do evento. A tradicional chuva da tarde que refresca Belém por volta das 16h, aguardou a apresentação de Gracias a la vida, música de Violeta Parra, entoada por três cantoras latinoamericanas, para desabar sobre as cabeças dos milhares de participantes, que, cientes de que a história é um carro alegre - e às vezes encharcado - enfrentaram com música, dança, palavras de ordem e muita alegria e disposição os cerca de 7 quilômetros, percorridos em pouco mais de 3 horas, a maioria do tempo sob forte chuva.
As tribos indígenas deram o tom do que será uma dos mais importantes debates deste Fórum: a questão da preservação da Amazônia. Lado a lado com os "parentes" indígenas, caminhavam pelas ruas de Belém militantes das mais variadas entidades e propostas. Eram sindicalistas, ambientalistas, movimento de mulheres, cristãos, vegetarianos, militantes contra usinas nucleares, contra a agressão israelense à Palestina, pelo direito ao aborto; segurando uma mesma faixa, os presidentes da CUT (Artur Henrique), Força Sindical (Paulinho) e UGT (Ricardo Patah) exigiam em uníssono melhores condições de trabalho. A FUP encabeçava a bancada dos petroleiros com um enorme balão pela campanha do pré-sal.
No palco instalado ao final do trajeto da caminhada, pajés abençoavam o Fórum Social Mundial, que oficialmente teria início no dia seguinte, mas que desde o começo da semana já acontecia de fato, em diversos debates e eventos.
A FUP montou um estande no Fórum (na Universidade Federal do Pará) para coletar assinaturas para a campanha do pré-sal e divulgar a luta dos petroleiros. Na quarta-feira, 28, o principal tema é Pan-Amazônia: 500 anos de resistência, conquistas e perspectivas afro-indígena e popular. Este dia é dedicado a levar ao mundo as vozes da Amazônia e se constituirá de diversas atividades, como testemunhos, conferências, além de celebrações e mostras culturais.